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Lei 14.451/2022 modifica quóruns de deliberações de sócios nas sociedades limitadas – La Legge 14.451/2022 modifica i quorum di delibera dei soci nelle società a responsabilità limitata.

Por Mirella Borges de Souza

Publicada no Diário Oficial da União em 22 de setembro de 2022, a Lei 14.451 altera a redação dos artigos 1.061 e 1.076 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, notoriamente conhecida como Código Civil Brasileiro, a fim de reduzir determinados quóruns de deliberação nas sociedades limitadas.

O projeto de lei em 2016, apresentado pelo ex-Deputado Federal, Sr. Carlos Bezerra, tinha o objetivo de sanar um vício presente na legislação comercial: a previsão de quórum de deliberação variado e, em alguns casos, inexplicavelmente elevado segundo a matéria a ser deliberada pela assembleia ou reunião de sócios da sociedade limitada (Código Civil, arts. 1.061, 1.063, § 1º, 1.071 e 1.076).

Em outras palavras, a legislação comercial atual estabelece que determinadas matérias no âmbito da sociedade limitada, independentemente de sua relevância, somente são aprovadas em sede de reunião de sócios, por quóruns elevadíssimos, como ¾ (três quartos) do capital social ou até mesmo unanimidade. 

O projeto de lei, aprovado e sancionado no dia 21 de setembro de 2022, dá início a uma mudança nos padrões de tomadas de decisão nas sociedades, uma vez que a nova lei traz para as sociedades limitadas uma flexibilização que facilitará este processo, tornando o ambiente empresarial mais dinâmico e menos burocrático.

As novas regras entrarão em vigor a partir de 22 de outubro de 2022, portanto, até esta data, devem ser aplicadas as antigas diretrizes do Código Civil. 

E quais foram as mudanças que a lei trouxe?

Com a nova redação imposta pela lei, a modificação do contrato social, hipóteses de fusão, incorporação, dissolução e cessão do estado de liquidação, agora, poderão ser aprovadas pela maioria do capital social.

No entanto, isso não significa que o sócio majoritário possui o “poder de controle” em suas mãos, na realidade, ainda existirão situações em que a união dos sócios minoritários poderá sobrepor a decisão do sócio majoritário. 

Não obstante ao exposto até o momento, devemos lembrar que os quóruns de deliberação previstos em lei, seguem sendo os parâmetros mínimos para nortear as decisões, podendo os sócios prever em contrato social, por mera conveniência, quóruns maiores aos previstos em lei, especialmente no que tange a matérias relevantes à sociedade.

Neste momento, as sociedades limitadas devem revisitar seus atos constitutivos e acordo de sócios, a fim de vislumbrar quais serão as repercussões dessas mudanças em suas estratégias de gestão, e se serão necessárias alterações para adequar tais instrumentos a nova realidade apresentada, que passará a surtir efeito em 22 de outubro de 2022. 


Pubblicata sulla Gazzetta Ufficiale dell’Unione in data 22 settembre 2022, la Legge 14.451 modifica la formulazione degli articoli 1.061 e 1.076 della Legge 10.406, del 10 gennaio 2002, nota come Codice Civile Brasiliano, al fine di ridurre alcuni quorum deliberativi nelle società a responsabilità limitata.

Il disegno di legge del 2016, presentato dall’ex Deputato Federale, Sig. Carlos Bezerra, aveva come obiettivo quello di sanare un vizio presente nella legislazione commerciale: la previsione di un quorum deliberativo diversificato e, in alcuni casi, inspiegabilmente elevato, a seconda della materia oggetto di delibera da parte dell’assemblea o riunione dei soci della società a responsabilità limitata (Codice Civile Brasiliano, art. 1061, 1063, § 1, 1071 e 1076).

In altre parole, l’attuale normativa commerciale prevede che alcune materie nell’ambito delle società a responsabilità limitata, indipendentemente dalla loro rilevanza, siano approvate soltanto in sede di assemblea dei soci, con quorum molto elevati, come ¾ (tre quarti) capitale sociale o finanche all’unanimità.

Il disegno di legge, approvato e promulgato il 21 settembre 2022, avvia un cambiamento nei modelli decisionali nelle società, poiché la nuova legge introduce nelle società a responsabilità limitata una flessibilizzazione che faciliterà questo processo, rendendo il contesto imprenditoriale più dinamico e meno burocratico.

Le nuove norme entreranno in vigore a partire dal 22 ottobre 2022 e, pertanto, fino a questa data dovranno essere applicate le vecchie previsioni del Codice Civile.

E quali modifiche ha apportato la legge?

Con la nuova formulazione imposta dalla legge, la modifica del contratto sociale, le ipotesi di fusione, incorporazione, scioglimento e cessazione dello stato di liquidazione, adesso potranno essere approvate dalla maggioranza del capitale sociale.

Una ulteriore materia interessata è la nomina di un amministratore non socio, materia questa che diventa anch’essa oggetto di delibera da parte della maggioranza del capitale sociale, dopo il suo versamento. Fino al versamento del capitale sociale, il quorum deliberativo per tale decisione è stato ridotto dal voto unanime dei soci ai 2/3 (due terzi) del capitale.

Si osserva che l’attuale scenario normativo esalta il Principio Maggioritario, largamente utilizzato nelle Società per Azioni, assicurando che le delibere siano approvate dalla maggioranza del capitale, essendo questa considerata non la maggioranza del numero dei soci, ma quella delle quote di ciascuno di essi: il socio detentore di più quote, ha maggiore potere decisionale.

Tuttavia, ciò non significa che il socio di maggioranza abbia il “potere di controllo”, infatti, saranno ancora previste situazioni in cui l’unione dei soci di minoranza potrà prevalere sulla decisione del socio di maggioranza.

Fermo restando quanto sopra menzionato, è importante ricordare che i quorum deliberativi previsti dalla legge continuano ad essere i parametri minimi per orientare le decisioni, potendo i soci prevedere nel contratto sociale, per mera comodità, quorum superiori a quelli previsti dalla legge, in particolare per quanto riguarda materie rilevanti per la società.

In questo momento, le società a responsabilità limitata devono rivedere i propri atti costitutivi e accordi tra soci, al fine di intravedere quali saranno le ripercussioni di questi cambiamenti sulle proprie strategie di gestione e se saranno necessarie modifiche per adeguare tali strumenti alla nuova realtà presentata, che entrerà in vigore il 22 ottobre 2022.